Como organizar as finanças do casal sem brigas
O dinheiro pode ser um dos principais motivos de brigas dentro de um relacionamento. Quando falta comunicação sobre receitas e despesas individuais ou até da casa – no caso de quem mora junto – as consequências são sempre ruins.
Algumas pessoas ainda sentem vergonha de falar sobre finanças com o próprio parceiro, acredita? Confira algumas dicas no post abaixo:
1. Conheça o histórico financeiro familiar do seu cônjuge
Não é incomum que as pessoas, em geral, repliquem o comportamento dos pais, inclusive quando o assunto é dinheiro. Isso pode acontecer porque existe uma admiração grande, os pais foram bem-sucedidos financeiramente estabelecendo um referencial positivo. Por outro lado, há casos em que se constrói um referencial negativo, em que os pais gerenciam mal os recursos gerando traumas financeiros na família inteira. Mas, mesmo nesses casos, é possível “aprender com o sofrimento”, ou seja, buscar um comportamento oposto ao dos pais devido à experiência traumática.
É importante, principalmente no início do relacionamento, entender como os pais do seu companheiro agem ou agiram financeiramente. Enquanto seu companheiro estiver relatando suas experiências, busque sentir não só objetivamente o que foram essas experiências, mas se preocupe com o tom com que ele fala sobre o assunto, se é positivo e orgulhoso, ou se é um tom negativo, com críticas, mesmo que veladas. É possível perceber se aquelas experiências serão estabelecidas positiva ou negativamente, buscando um comportamento distinto ou igual para organizar as finanças do casal.
2. Seja transparente sobre suas experiências financeiras
Transparência é fundamental: se o casal não é sincero em relação a dinheiro, é impossível fazer planos em conjunto. Nesses casos, é preciso saber quanto o casal gasta e ganha junto, e até como esses gastos são distribuídos. Também é preciso saber quais são os gastos prioritários, necessários, e até quais são supérfluos. Só assim é possível saber se falta ou sobra no orçamento e, nesse último caso, como esse dinheiro será aplicado. E mais: em busca da construção de quais sonhos?
Se não existe abertura para que um mostre ao outro quanto ganha ou quanto gasta, é praticamente impossível discutir e planejar como serão as finanças do casal. Claro que existem exceções, quando o casal ganha tão bem ou tem um modo de vida tão simples que o dinheiro acaba sobrando. Esse, entretanto, não é o caso da maioria dos brasileiros.
Boa parte da população brasileira precisa viver com orçamento escasso e, consequentemente, sem muita sobra. Justamente nesses casos é fundamental levar ainda mais a sério a questão da transparência financeira e até do autoconhecimento. Entender como você gasta dinheiro, como toma suas decisões financeiras, é crucial para que seu cônjuge faça o mesmo: é preciso se conhecer e conhecê-lo no âmbito financeiro.
3. Tenha independência dentro das finanças do casal
Hoje em dia não é incomum que as famílias se organizem de formas diferentes, principalmente em relação à vida financeira. Existem arranjos, por exemplo, em que uma pessoa ganha mais do que a outra e as duas, em comum acordo, decidem que um deles cuidará dos filhos enquanto o outro proverá a casa. Supondo que o casal gaste com babá, transporte escolar, etc, e somando tudo, os custos de delegar a criação dos filhos seja praticamente o mesmo do salário de um deles. Nessa situação, pode ser melhor que alguém gerencie a casa e cuide das crianças ao invés de trabalhar fora. Mesmo assim, é preciso preservar também um certo grau de independência financeira dentro do casal.
Estar em um relacionamento pressupõe que exista a vida conjunta e, ao mesmo tempo, a vida dos cônjuges separadamente. Se existe um orçamento conjunto, é preciso que haja um orçamento individual, em que cada um tenha seus gastos sem precisar prestar conta de cada compra. Esse tipo de dependência financeira pode acabar minando o relacionamento.
Por outro lado, uma vez estabelecida a independência dentro do relacionamento, é preciso definir também quanto será destinado para orçamento individual de cada cônjuge. Esse orçamento será liberado para que cada pessoa gaste como quiser, mas se esse orçamento estourar, é preciso esperar até o próximo mês.
4. Marquem uma data para falar sobre dinheiro
Outra dica importante é marcar uma data para falar sobre planejamento financeiro. Separem os gastos individuais do ano anterior, mostrem para o outro e, juntos, tracem as metas do ano presente. Assim fica muito mais fácil fazer um planejamento e até estimar quais serão os próximos gastos. Inclusive é possível evitar, em conjunto, gastos excessivos, como taxas extras de cartão de crédito.
Passado 3 meses, sentem-se novamente, analisem os gastos e façam a avaliação de como as coisas andaram. Se empresas divulgam os resultados trimestralmente para fazer uma avaliação de como as coisas vão indo, por que o casal não pode fazer isso também?
Além disso, essas reuniões são úteis para evitar gastos domésticos desnecessários, e diminuir alguns, como a energia elétrica, por exemplo. Outra utilidade é a de alinhar planejamentos a longo prazo, como uma viagem no futuro ou até o financiamento de um imóvel.